Nesse livro acompanhamos três personagens, Reza, Art e Judy em 1980 durante o surto da AIDS, onde o medo de pegar a “doença gay” era tão grande quanto o medo de falar sobre ela. Reza é um jovem iraniano que acaba de se mudar para Nova Iorc e é gay, mas tudo que sabe sobre os gays é que eles estão morrendo e que muita gente acha que isso é o certo. Judy é uma aspirante a estilista que convive com Stephen, seu tio gay com AIDS que usa o seu tempo para lutar a favor dos direitos LGBTQIA+ e a conscientização acerca da AIDS. Art é o melhor amigo de Judy, é um fotógrafo e tem orgulho de ser gay, por mais que seus pais conservadores queiram que ele seja outra pessoa. Os três formam um peculiar grupo, Art movido pela raiva, Reza pelo medo e Judy pela esperança.
Esse livro é um prólogo, não que ele seja faça parte de uma
série, mas essa foi a sensação que eu tive durante a leitura. A “vibe” que o livro traz é justamente de que essa história nos está sendo contada por narradores anos a frente dos acontecimentos, esse sentimento de “primeiro amor”, “descobertas da juventude” e o tema "morte" me deixaram com essa impressão, como se os personagens do futuro estivessem nos contando desse período de suas vidas (pra quem leu isso fica um pouco mais claro). Os
pulos temporais de um capítulo para o outro também colaboraram para esse meu
entendimento.
Essa obra seria facilmente adaptada para um filme que retrate bem esse sentimento de “prólogo”. Eu li imaginando uma trilha sonora, inclusive suspeito de que ela realmente exista. Essa história é banhada de referências a Madonna e a artistas do cinema antigo, então é bem legal pra pegar recomendações de músicas e filmes.
Eu não vim aqui a procura de amor, beijos e romance por romance, eu peguei esse livro em busca de contexto histórico e ele entrega isso perfeitamente. Esse livro fala sobre amor, não somente o amor romântico, mas sim os laços de amizade, de companheirismo e o amor próprio. Dos três protagonistas o que eu mais gostei foi Judy, a cabeça dela é muito interessante de estar e os conflitos que ela tem foram os que mais me prenderam.
1 Comentários
Lindas às palavras
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