Esses dias eu parei pra refletir o motivo que me leva a ler clássicos, e é bem parecido com o motivo que me leva a ler. Quando eu pego um clássico, não estou a procura de um plot super novo para mim, já que esses livros serviram e servem de base para tantas outras produções, literárias ou não, esse é um dos motivos que me fazem querer lê-los, essa curiosidade em saber de onde tantas coisas incríveis surgiram, e entender muitas referências posteriores a elas.
O segundo grande motivo é a imersão no passado. Obvio que existem autores contemporâneos que escrevem seus romances baseando-se nos séculos passados, mas neles faltam a vivência. A captura, ao meu ver, de tradições, gírias, acontecimentos, é mais vívida, não que isso invalide os livros produzidos agora, mas é sempre bom ter um ponto de vista que de fato viveu a era que narra, esse é o grande motivo que me leva a ler muitos autores contemporâneos. Além é claro da cultura que essas obras transmitem. Eu nunca fui à Rússia, mas através dos autores russos eu pude "ir" até lá.

O argumento de que livros clássicos são difíceis, ou até mesmo chatos, cai por terra quando paramos para pensar que "Clássico" não é um gênero literário, sendo assim, ele não é um tipo de produção, é uma honraria. Existem livros clássicos nos mais variados gêneros, se você gosta daquele romance meloso com casais perfeitos, existe um clássico. Se você gosta do terro, existe um clássico. Se você é mais de comédia, existe também um clássico.
Sendo assim, existem clássicos para todo tipo de gente, com todos os tipos de pensamentos. Não existem somente os clássicos que você criou uma memória ruim no seu tempo de escola, os clássicos são considerados clássicos por um motivo, por que ele representa algo e esse algo existe em todos os livros.

"Clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer."
Ítalo Calvino.