Em uma bela tarde de verão, Alice está a baira de um rio com sua irmã, que por sua vez começa a ler um livro. Entre o tédio e o sono, Alice avista um coelho branco trajando roupas humanas e constantemente consultando um relógio. Alice segue esse coelho até a sua toca e finda por entrar nela. Na toca do coelho ela começa a cair, no final dessa queda ela encontra um mundo completamente diferente do seu, onde os animais falam e as cartas do baralho se tornaram reais, onde existe uma lagarta fumante filósofa e um gato sorridente que some, além é claro do mau humor que todos os personagens possuem.
Charles Lutwidge Dodgson escreveu esse livro sob o pseudônimo de Lewis Carrol inspirado pela companhia das meninas Loriny Charlotte, Edith Mary e Alice Pleasance Liddell, cuja a companhia ele adorava. Todas as histórias que ele inventava para essas meninas, em especial para Alice, se tornaram a famosa história de "Alice no mundo da fantasia" e sua continuação "Alice através do espelho".
Essa história é intrigante por diversos motivos, mas o que mais me chamou atenção foi a visão que Alice tem do mundo real. Por ser uma criança, Alice aceita o irreal com uma facilidade incrível e questiona a realidade e as leis do mundo real da mesma maneira. Para mim, Alice serve como uma ponte para os dois mundos durante toda a leitura.
"Alice no pais das maravilhas" é sem sombra de dúvida um livro lúdico e mágico, e muito estranho também.
Esse livro diferente do primeiro se passa no inverno, Alice se encontra em uma sala com um grande espelho e um tabuleiro de xadrez, para passar o tédio ela começa a imaginar como é o mundo através do espelho. Em um certo momento Alice atravessa esse espelho e encontra um mundo aparentemente igual ao nosso do outro lado, nesse mundo as peças do xadrez ganharam vida e tudo é proporcionalmente invertido.
Alice começa a explorar a casa e vai para o quintal, ao olhar as plantações que rodeiam a casa de inverno (era comum as casas serem rodeadas de plantações naquela época) ela percebe que elas estão divididas como um enorme tabuleiro de xadrez, a partir deste ponto todos os personagens que Alice encontra fazem parte do jogo. Nesse livro, Alice tem o objetivo de tornar-se rainha e para que isso ocorra ela começa a jogar o jogo.
Igualmente ao primeiro livro, o autor usa Alice como uma ponte entre o lúdico e o real e questiona várias vezes a realidade. Quem joga xadrez deve se divertir muito lendo esse livro, mas quem não entende nada do jogo (assim como eu) também consegue aproveitar muito da história.
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