Jonas é um jovem aspirante a escritor, entre seus turnos de trabalho no Rocket Café ele anota ideias e temas para um futuro livro, além disso ele também tem que lidar com os seus pais extremamente conservadores e religiosos. A  mãe é submissa ao pai e nutre um esperança de que o filho volte a frequentar a igreja, que por sua vez passa dia após dia na frente da televisão vendo jogos de futebol.
É quando ele conhece Arthur, um jovem bonito de barba ruiva, que ele começa a se questionar se vai algum dia atender as expectativas dos pais, fingindo ser uma pessoa diferente da qual ele realmente é, omitindo sua sexualidade e seus gostos pessoais.
Apoiando-se em seus amigos (e na sua história sobre dois piratas gays que se parecem muito com ele e Arthur) ele vai buscar reaprender os significados de família e amizade.

Como todo livro do Vitor Martins as personagens são incríveis, é impossível você não desejar estar inserido no ciclo de amizades de Jonas. Esse é o segundo livro do autor e é perceptível o seu avanço na escrita, a narrativa é leve e descontraída quando Jonas está com os amigos, mas logo depois, ao chegar em casa, a narrativa fica pesada, mas sem nunca perder o ritmo.
Quando eu li a sinopse do livro e vi que um dos temas que o livro iria abordar era a religião e  eu já imaginava que a abordagem seria consciente e bem feita, mas eu me surpreendi, a abordagem feita foi muito mais do isso, ela foi sensível e dura, mostrando a dor de quem é aprisionado por uma religião imposta, vemos isso nos medos (até irracionais) de Jonas criados a partir da bíblia e da sua religião.
Os amigos de Jonas são incríveis, todos eles, cada uma tem sua própria narrativa dentro do livro e todas elas conversam em muito com a narrativa principal.
Apesar de eu não gostar muito do - Um jovem que trabalha em um cafeteria conhece um boy lindo no trabalho - não me agradar de início, eu amei como isso foi construído nesse livro, esse é um daqueles livros que se tiver alguns pontos negativos os pontos positivos os esconderam.
Todo o relacionamento de Jonas e Arthur é maravilhosamente bem feito. Eu senti um vibe Fangirl nesse livro com a intercalação entre a história de Jonas e os capítulos do seu livro "Piratas gays", eu adorei isso.
Eu adorei o livro, se você deseja ler alguma coisa do Vitor eu recomendo que leia Quinze Dias antes desse, pois só assim você vai notar a evolução de escrita do autor, mas posso lhe garantir que ambos são maravilhosos.
Os acontecimentos finais foram muito bem planejados, eu acho que os personagens tiveram os finais que mereciam, alguns agridoce, mas no total eu acho que o livro pedia esse final. Tanto Jonas quando a sua mãe mereciam esse final.

Bom é isso, espero que tenha gostado, esse post foi basicamente para exaltar o livro, porque quando eu gosto de uma obra é muito difícil para eu enxergar seus pontos negativos, estou tentando melhorar nisso. Leiam esse livro é maravilhoso!