"Memorias do subsolo" é um livro denso escrito por Dostoiévski no leito da morte de sua esposa, o que em parte contribuiu para a linguagem e a abordagem existencialista do livro.
No livro conhecemos, na primeira parte, um personagem-narrador sem nome, cuja a linha de pensamento se torna confusa e contraditória em diversos momentos, onde o narrador concorda e discorda das próprias afirmações e dos próprios argumentos diversas vezes no decorrer das primeiras cinquenta páginas. Isso torna a primeira parte do livro difícil de ser lida.
desacostumados da vida, todos capengamos, uns mais, outros menos. Desacostumamo-nos mesmo a tal ponto que sentimos por vezes certa repulsa pela "vida viva", e achamos intolerável que alguém a lembre a nós. Chegamos a tal ponto que a "vida viva" autêntica é considerada por nós quase um trabalho, um emprego, e todos concordamos no íntimo que seguir os livros é melhor. E por que nos agitamos às vezes, por que fazemos extravagâncias? O que pedimos? Nós mesmos não o sabemos.Na segunda parte somos apresentados por esse personagem-narrador as memórias e acontecimentos de seu passado, e a episódios onde a sua fé pela humanidade e suas proprias convicções são postas a prova. Essa parte é de leitura mais fácil.
O livro tem uma carga emocional fenomenal, além é claro da própria construção de personagem, que eu nunca havia visto coisa igual, na qual podemos sentir o peso e a necessidade desse desabafo para o narrador.
Esse foi o meu primeiro livro lido do autor, e posso lhe garantir que eu já quero ler mais obras dele.
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