Fahrenheit 451 narra a vida de Guy Montag, que tem uma profissão que lhe proporciona um prazer indescritível, ele é bombeiro, mas não como os bombeiros que temos em nossas cidades. Na cidade distópica, criada por Ruy Bradbury, os bombeiros têm como dever queimar livros e destruir histórias.
Então, vê agora por que os livros são tão odiados e temidos? Eles mostram os poros no rosto da vida. As pessoas acomodadas só querem rostos de cera, sem poros, sem pêlos, sem expressão.Montag se depara na volta para sua casa com uma menina, cujo nome é Clarisse, que diferente dos outros cidadãos não está trancada em casa se drogando ou vendo programas de TV. Clarisse vem como um contraponto a esse mundo, ela ainda é uma das poucas pessoas que ousam perguntar o "Porquê" antes de fazer algo. Ele entra em casa e vê sua mulher Mildred morta. Mas, pouco tempo depois dessa cena, uma equipe vem para trocar o sangue dela e posteriormente trazê-la de volta ao normal. A partir daí ele começa a questionar sua profissão e sua vida como um todo, inclusive questiona o próprio corpo de bombeiros.
Será porque estamos nos divertindo tanto em casa que nos esquecemos do mundo? Será porque somos tão ricos e o resto do mundo tão pobre e simplesmente não damos a minima para sua pobreza? Tenho ouvido rumores; o mundo está passando fome, mas nós estamos bem alimentados. Será verdade que o mundo trabalha duro enquanto nós brincamos? Será por isso que somos tão odiados? Ouvi rumores sobre o ódio, também, esporadicamente ao longo dos anos. Você sabe porque? Eu não, com certeza que não! Talvez os livros possam nos tirar um pouco dessas trevas. Ao menos poderiam nos impedir de cometer os mesmos malditos erros malucos!Ray Bradbury é extremamente atual se tomarmos a epoca que ele escreveu Fahrenheit 451 como base de comparação. Junto a 1984, e Admirável mundo novo, Fahrenheit faz parte das distopias clássicas, onde os autores tentavam imaginar o futuro com base no presente em que viviam e acabavam criando um mundo bem desvastador, controlador, e até aterrorizante. Ray conseguiu imaginar e até prever certos acontecimentos como a condensação da literatura e a indústria do extremo entretenimento.
Fahrenheit 451 é sem sombra de duvida assustadoramente atual e bem envolvente. O livro conta com três capítulos, que dividem a história em pontos chaves, e o autor consegue fazer com que os três sejam igualmente envolventes e carismáticos.
Eu quase não parei de ler até finalizá-lo.
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