O livro vai contar a história por dois pontos de vistas bem distintos. O primeiro é o de Finch, um jovem que é taxado por todos da escola como o "esquisito"; ele é perseguido pelos valentões da escola e enfrenta longos períodos de depressão. O segundo ponto é o da Violet, que tinha uma vida completamente normal e perfeita, mas tudo muda quando ela perde a irmã para um acidente de carro. O que ambos tem em comum? Um desejo suicida, uma incompreensão por parte dos pais e dos amigos.
“E mais vantajoso fingir ser como todo mundo, mesmo sabendo desde sempre que somos diferentes.”
A trama gira em torno de um trabalho da escola, onde o professor de história pede para que os alunos descubram os lugares incríveis do estado de Louisiana. Nesse trabalho, Violet e Finch acabam por formarem uma dupla.
Enquanto Violet não está nem um pouco interessada em sair por aí sem rumo em um carro, Finch pesquisa e procura lugares para visitar antes de morrer.
Os dois acabam encontrando um refúgio um no outro, e eles param de contar os dias no calendário e passam a vivê-los.
“Nem sempre podemos enxergar o que os outros não querem que a gente veja. Principalmente quando se esforçam tanto para esconder.”
O livro me conquistou no seu primeiro capítulo, pois a história é muito bem desenvolvida e é cuidadosamente escrita, já que trata de um assunto muito sensível: o suicídio. A autora consegue passar com total vivacidade o que os personagens estão sentindo, e o que a sociedade vê neles. Finch mostra-se como um personagem incrivelmente interessante para o leitor, pois, diferente de outros livros que já li ele não tem longos diálogos com a família, porque simplesmente não gosta do seu pai, e a sua mãe é ausente. E Violet, por outro lado, tem uma carga de dever muito pesada, pois acaba se tornando a filha única dos pais, e com isso acaba sendo o único alvo que eles têm para destilar o seu incrível amor materno e paterno.
Esse livro tem um final incrivelmente emocionante e comovente. Perto do final é impossível parar de ler, pois, todos os cenários criados por Jennifer Niver nos liga de uma maneira incrível aos personagens.
"Estamos todos sozinhos, presos num corpo e na nossa própria cabeça, e qualquer companhia que temos na vida é passageira e superficial.”
Jennifer Niver questiona diversas vezes no livro o porquê que a depressão não é considerada um doença por muitos, e o porquê de a sociedade impor a todos os indivíduos um status de felicidade e harmonia que obviamente não existe. Ela consegue transmitir todo o sentimento do livro com um ar melancólico e feliz ao mesmo tempo.
No final da edição brasileira do livro, temos uma descrição real de todos os lugares incríveis visitados por Violet e Finch.
“Por lugares incríveis” se tornou uma das minhas
melhores leituras de 2018
Nota: ★★★★★
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